Os segredos de um Safari e o que vimos no parque Etosha
Sabe aquela expressão: procurar agulha em um palheiro? Foi mais ou menos assim que nos sentimos fazendo nosso primeiro Safari na África.
Qual o segredo?
Estávamos totalmente empolgados com a experiência de encontrar os maiores animais da savana, principalmente o tal do Rei leão. Pensa na nossa decepção em passar duas noites no Etosha National Park e não encontrar nem “umzinho” pra contar história. Bom, acabamos aprendendo que os segredos de um Safari são paciência e não criar expectativas. Aprendemos um pouco tarde pois nos faltou um pouco de paciência e a expectativa estava a mil.
A chegada no parque
Apesar dos maiores animais terem se escondido da gente a experiência foi única e muito especial. O parque Etosha tem aproximadamente 22 mil km2 então mesmo que a quantidade de animais seja grande eles tem uma área maior ainda para se espalhar. Logo na entrada do parque, antes de chegar ao nosso acampamento, encontramos esquilos, impalas, gazelas, zebras, gnus e órix, além de alguns passarinhos diferentes. Ficamos bem empolgados com essa “recepção” dos bichos e paramos apenas pra almoçar, na companhia de alguns esquilos e passarinhos, e voltamos para a “caça” (em busca de fotos apenas, vamos deixar bem claro).
Durante a tarde não tivemos muito sorte. De diferente vimos um mangusto, avestruz, raposas e mais alguns tipos de passarinhos. Gnus, órix e gazelas são os animais que mais encontramos. Em um determinado lugar do parque, bem as margens do Etosha Pan encontramos diversas carcaças de animais, principalmente girafas. Certeza que se a gente tivesse estacionado o carro ali e esperado nós teríamos visto os leões, mas como eu disse a paciência não estava nos acompanhando.
Em busca dos leões
Passamos por diversos locais onde o mapa indicava que haveria leões e nada de achar o bicho. Era até engraçado pois toda hora algum de nós dizia “tem alguma coisa embaixo daquela árvore” ou “tô vendo alguma coisa se mexer ali”, mas nossa imaginação estava apenas tentando nos enganar. Nada de felinos nas redondezas. Como os portões do parque tem hora certa de fechar, demos mais algumas voltas e voltamos para o camping. A noite tivemos a visita de algumas raposas curiosas e ouvimos o barulho de cães do mato, hienas e algo que achamos que era um elefante mas que depois de voltar pra casa e assistir alguns programas no National Geographic ficamos em dúvida se não era um leão. Sendo elefante ou leão o que importa é que a sensação é muito doida. Saber que você está no meio de um parque com animais selvagens a poucos metros de você é uma coisa que não dá pra explicar. Não sentimos medo em nenhum momento, ficamos na verdade empolgados pra descobrir onde estavam esses animais.
Night Game Drive – Safari Noturno
No outro dia atravessamos o parque para chegar ao camping onde passaríamos a segunda noite e vimos mais alguns passarinhos, suricatos, damara dik dik e muito milípodes (descobrimos esse nome assistindo Animal Planet mas o chamávamos de miltopéia). Nada de leões, elefantes ou rinocerontes. Decidimos então fazer um Safari noturno com o pessoal do parque pois até aquele momento estávamos por conta própria, com o carro alugado.
Nossos companheiros de safari eram italianos e tinham acabado de encontrar 8 leões. Quase não acreditei. Eu queria ver pelo menos um e eles viram 8? Nossa ranger, Fátima, nos levou direto ao lugar onde eles tinham encontrado o bando, mas não estavam mais lá. Vimos só umas impalas, zebras e órix assustados, mas nada de leões. O Safari a noite é bem diferente. A ranger dirige e a ao mesmo tempo vai iluminando o mato com uma luz vermelha, que segundo ela é menos agressiva aos olhos dos animais. Se a gente tinha que prestar muita atenção de dia, a noite era quase impossível ver alguma coisa. Pra nossa sorte os olhos treinados da Fátima enxergaram alguns animais que ainda não tínhamos encontrado. Vimos o aardwolf, um coelhinho africano de hábitos noturnos e uma hiena-malhada. Foram 3 horas no escuro a procura dos animais, mas eles não estavam muito a fim de aparecer. Na última hora não vimos quase nada e o frio tava começando a incomodar. Valeu a experiência mas ficamos com vontade de voltar.
Falta de sorte?
Nós pegamos a época de chuvas e muitos dizem que esse é o pior momento para ver os animais pois há muita água espalhada pelo parque e eles não precisam ficar concentrados nos waterholes (poças de água). Não sei se foi isso ou falta de sorte, mas podemos garantir que ver uma girafa atravessando a rua na frente do seu carro, ouvir hienas e cães do mato a noite e ter companhia de esquilos e raposas para o almoço e jantar são experiências incríveis que nunca serão esquecidas.
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