Pedro e Inês de Castro, tão trágico quanto Romeu e Julieta

Histórias de amor que não acabam bem sempre chamam a atenção de curiosos pelo mundo. Shakespeare é prova disso pois Romeu e Julieta é uma história conhecida por muita gente. Portugal também tem uma trágica história de amor: Pedro e Inês de Castro.

Essa história até resultou em um ditado popular que usamos em algumas partes do Brasil: agora Inês é morta. Já ouviu? Continua lendo esse post que você vai entender de onde surgiu essa frase.

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Como Pedro e Inês de Castro entraram para a história?

A história dos pombinhos surgiu quando a comitiva de D. Constança de Manuel de Castela chegou ao reino para os primeiros acertos do casamento dela e D. Pedro.

Acontece que o noivo acabou se apaixonando pela aia Inês e foi correspondido. O pai de Pedro, o rei D. Afonso IV, não aprovou o romance e obrigou o filho a se casar com D. Constança.

O casamento aconteceu na Catedral da Sé em Lisboa, mas Pedro não esqueceu Inês e traia a esposa sem o menor constrangimento. O rei e a rainha não gostaram nada desse romance e exilaram Inês no convento que hoje é Santa Clara a Velha, em Coimbra.

Pedro estava proibido de visitá-la mas os dois continuaram se relacionando por cartas e Pedro sempre rondava o Convento. Depois que saiu do exílio, Inês se instalou em um pavilhão de caça, onde fica a Quinta das Lágrimas, construído a pedido da Rainha Santa Isabel, avó de Pedro.

Sé de Lisboa, onde D. Pedro e D. Constança Manoel se casaram
Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, onde Inês foi exilada.

Pedro, que já tinha 2 filhos legítimos com D. Constança, passou a visitar Inês e teve com ela mais 4 filhos. Não satisfeito com os já 6 herdeiros, Pedro engravidou novamente a esposa legítima – D. Constança – que acabou morrendo no parto.

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Com a morte de Constança o caminho ficou livre para Inês e os dois amantes começaram a se encontrar com mais frequência. Mesmo após Pedro ter ficado viúvo, o rei D. Afonso IV não aprovou a relação do filho com Inês, mais por questões políticas (penso eu).

O herdeiro legítimo D. Fernando estava, aos olhos do rei, ameaçado pelos outros 3 filhos bastardos. Além disso os irmãos de Inês pressionavam D. Pedro a subir ao trono de Castela, o que certamente acarretaria em guerra.

As lágrimas de Inês de Castro resultaram na fonte que hoje tem o nome de Fonte das Lágrimas

Diante da situação D. Afonso IV tomou a decisão de assassinar Inês quando Pedro estivesse ausente.

Isso aconteceu exatamente onde hoje fica a Fonte das Lágrimas, que surgiu das lágrimas de Inês suplicando para não ser morta.

O rei se comoveu e se retirou mas não mudou sua decisão. Os fidalgos Pero, Diogo e Álvaro apunhalaram Inês sem dó. Quem visita o local hoje pode ver o “sangue” de Inês marcado na pedra.

Foi nesse lugar que os fidalgos, a mando de D. Afonso IV, mataram Inês de Castro
Tá vendo o vermelho cravado na pedra? Segundo a lenda esse o sangue de Inês que ficou pra sempre marcado na fonte.

Ao saber da tragédia com sua amada D. Pedro enlouqueceu. No período de 2 anos que se passou até a morte do pai ele declarou guerra a D. Afonso IV.

Saqueou castelos e matava pessoas sem motivo. Quando subiu ao trono, em 1357, mandou buscar os assassinos de Inês e executá-los enquanto banqueteava.

Diogo conseguiu fugir mas Pero e Álvaro foram mortos e depois queimados. Eles tiveram seus corações arrancados, um pelo peito e o outro pelas costas.

A coroação da Rainha Morta

Não satisfeito com apenas com a morte dos assassinos de Inês, D. Pedro mandou desenterrá-la e a coroou Rainha, mesmo depois de morta.

Segundo D. Pedro os dois haviam se casado em segredo, portanto Inês era sim Rainha. A lenda ainda diz que ele obrigou os nobres a beijar a mão da Rainha morta. Pensa no grau de loucura da pessoa.

Lembra da frase lá de cima? Tá aí a explicação. Ele ainda mandou construir um belo túmulo para Inês no Mosteiro de Alcobaça, onde ele também foi enterrado. Os túmulos estão de frente um para o outro para que eles pudessem se ver de frente quando acordassem para a eternidade.

Os túmulos de Pedro e Inês de Castro ficam frente a frente no Mosteiro de Alcobaça. Quando eles despertassem para o juízo final seriam a primeira pessoa que o outro veria.
Depois de ser coroada Rainha mesmo estando morta, Inês foi colocada nesse túmulo no Mosteiro de Alcobaça.

Para ler também:
+ Conhecendo Fátima, Batalha e Alcobaça
+ Coimbra, a cidade dos estudantes

Vai dizer que essa história não é uma tragédia a la Shakespeare?

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Informações Práticas – Pedro e Inês de Castro

Santa Clara Velha

Endereço: Rua das Parreiras, 3040-266 Coimbra
Horário de Funcionamento: De 1 de abril a 14 de outubro de terça a domingo das 10h às 19h. De 15 de outubro a 31 de março de terça a domingo das 09h às 17h.
Ingressos: € 4,00, As visitas guiadas acrescentam € 1,00 ao ingresso (mínimo de 15 pessoas) . Crianças até 12 anos não pagam. (jan/2020)

Quinta das Lágrimas

Endereço: Rua António Augusto Gonçalves., 3041-901 Coimbra
Horário de Funcionamento: A Quinta das Lágrimas hoje é um bonito hotel que ainda permite que seus jardins sejam visitados por não hóspedes. O horário de entrada é de 16 de março a 15 de outubro de terça a domingo das 10h às 19h. De 16 de outubro a 15 de março de terça a domingo das 10h às 17h.
Ingressos: € 2,50, visitas guiadas a partir de € 5,00 com mínimo de 5 pessoas. (jan/2020)

Mosteiro de Alcobaça

Endereço: Rua António Augusto Gonçalves., 3041-901 Coimbra
Horário de Funcionamento: de abril a setembro de terça a domingo das 09h às 18h e de outubro a março das 09h às 19h.
Ingressos: € 6,00. Crianças até 12 anos não pagam. (jan/2020)

Bru Odppes

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