Quando chegamos do tour ao Vale da Morte a nossa empresa de turismo já tinha feito a programação dos nossos próximos passeios, mas havia um probleminha: colocaram nossa visita aos Geyser del Tatio no domingo, bem no dia que íamos embora. O único dia que daria pra encaixar esse passeio era o dia seguinte, junto com a Laguna Cejar (a tarde). Xiiiii!!! Colocar esse passeio a mais de 4 mil metros de altura logo no segundo dia no deserto não era minha intenção. Queria deixar pro final pro corpo estar um pouco mais acostumado, mas não tinha outro jeito.
Algumas dicas para não sofrer com o soroche (mal da altitude): descansar bem na noite anterior, fazer uma refeição leve e não abusar de bebidas alcóolicas, além de mascar a folha de coca (que nessa parte do país é liberada).
Mesmo com todo o meu medo de passar mal (já que tenho dores de cabeça frequentes) foi tudo tranquilo. A previsão do tempo era de -17 graus de mínima, então nos enchemos de roupa e pegamos a estrada.
O tour sai super cedo porque a maior atividade dos Geyser ocorre justamente quando o sol está nascendo. Depois de muitos solavancos pela estrada e sem conseguir enxergar nada naquele breu total chegamos aos Geyser. Foi só colocar o pé pra fora pra querer voltar pra van quentinha. Não pegamos os -17 graus, mas estava -7º com sensação térmica de -10º. Geladoooo!!! Mas podem ter certeza que todo o frio vale a pena, pois ver as colunas de água jorrando é muito legal. Esse fenômeno acontece quando o rio de águas geladas entra em contato com as rochas quentes provocando as explosões.
Além dos Geyser há uma piscina com águas quentinhas para os corajosos de plantão que querem enfrentar o frio de -7 graus na saída. Muito obrigada, mas não é para mim. Alguns malucos encararam o desafio e segundo nosso guia os brasileiros são bem resistentes a entrar nessa “fria” (trocadilho infame) mas os europeus se jogam.
Com o sol dando sua graça a temperatura começou a subir um pouco e partimos para o povoado de Machuca. Achei que íamos descer no povoado e comer o famoso churrasquinho de lhama, mas só passamos por perto e tiramos umas fotos.
Um pouco mais a frente chegamos a um lugar onde o carro sobe sozinho, sem estar ligado e em ponto morto. Jurooo que é verdade!! Não sei dizer exatamente onde fica esse ponto, mas é real. Já experimentamos isso em Urubici (SC) e nossos amigos tiraram muito sarro da gente dizendo que era mentira e ilusão de ótica. Nosso guia Hector nos levou em 2 pontos. Um deles é realmente ilusão de ótica. Você pensa que está subindo, mas na verdade está descendo, mas o outro não tem como ser ilusão. Segundo ele é um campo magnético que faz com que o carro suba sem estar engrenado. É loucura, mas nós vimos com nossos próprios olhos.
Depois disso ainda passamos por um cânion até chegar ao vale dos Cactus. Eram aqueles Cactus de desenho, que dá até pra se esconder atrás sabe? Há milhares deles e segundo o guia eles crescem 1cm por ano. Tem alguns muito grandes. O maior deles e mais difícil de chegar perto tem mais de 9 metros!!!! Pra chegar até ele tinha que se aventurar por umas rochas e atravessar um riozinho. Eu e a Marion resolvemos esperar enquanto o Diego foi até lá e trouxe fotos pra gente ver. Nós ficamos sentadinhas bem perto da Cachoeira. Cachoeira??? Sim, por incrível que pareça tinha água no deserto. E era tanta que até uma pequena cachoeira se formou.
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