Lisboa | Explorando Alfama e o Castelo

A chuva voltou a nos acompanhar assim que chegamos em Lisboa. Talvez seja por isso que não criamos uma relação mais íntima com a cidade, não rolou aquela química. Mesmo assim não temos como dizer que a cidade não é incrível, só não foi a mais incrível que vimos durante nossa passagem por Portugal.

Nos hospedamos novamente pelo airbnb, relativamente perto de tudo. O bairro era bem residencial e o estacionamento bem no estilo português, na rua, ora pois. Nesse caso nem era bem rua, era uma viela. Achei tão estreito o caminho até chegar na casa que rezava para que não viesse carro na mão contrária porque não sei o que faríamos (detalhe, eu nem era a motorista da rodada e tava tendo um chilique). Ficar em bairros não turísticos é muito legal para ficar um pouco mais perto da cultura local. A gente percebeu ali o quanto os portugueses gostam de gato, tinham vários em várias casas, quanto a comida portuguesa é cheirosa, principalmente aquele almoço de domingo em família e que eles não estão nem um pouco preocupados se o vizinho vai ficar olhando as roupas íntimas no varal, penduram onde der mesmo, sem constrangimento.

Observar a cidade e as construções foi o que mais fizemos em Lisboa, fora o dia em que fomos a Belém, os outros dois dias que passamos lá foram praticamente inteiros dedicados a caminhar pela cidade passando pelas suas diversas praças e miradouros. A visita a Lisboa, assim como em quase todos os lugares em Portugal, é muito barata, uma vez que a maioria dos pontos turísticos são de graça.

No primeiro dia de passeios, começamos pelo Miradouro de Graça, chegamos lá quase sem fôlego depois de subir alguns vários degraus. Não conseguimos ver muita coisa pois estava bem nublado então decidimos não perder muito tempo ali e fomos direto ao Castelo de São Jorge. São Jorge e São Pedro não deviam estar muito de bem naquele dia pois logo que chegamos na bilheteria caiu um toró daqueles. Compramos o bilhete e entramos na exposição permanente, com mais uma centena de turistas molhados. Lá estão expostos diversos objetos dos séculos VII a.c a XVIII encontrados na área arqueológica. Quando a chuva deu uma trégua, pudemos conhecer as ruínas do castelo e andar pelas torres e muralhas. Diferente de Óbidos aqui existem muretinhas então conseguimos andar com mais tranquilidade. Não há nada de muito excepcional no Castelo, mas vale a pena dar uma volta completa por ele e ter uma visão diferente de Lisboa por vários ângulos. O Sítio Arqueológico é o mais sem graça da visita. Não há muita explicação, só ruínas para ver, então não foi algo que curtimos. Quando estiver entrando no castelo pela ponte de pedras pare um pouco e olhe para os muros ao fundo, é bem provável que você encontre pavões por ali. Não tenho ideia de onde eles surgiram, mas fazem a alegria dos turistas.

Miradouro do Castelo de São Jorge quando a chuva deu uma trégua
Miradouro do Castelo de São Jorge quando a chuva deu uma trégua
Um pouco de Lisboa pelas janelas do Castelo de São Jorge
Um pouco de Lisboa pelas janelas do Castelo de São Jorge
Os pavões já estavam ali antes dos turistas ou chegaram depois? Acho que nunca saberei.
Os pavões já estavam ali antes dos turistas ou chegaram depois? Acho que nunca saberei.

Nos arredores do Castelo você ainda poderá visitar a Igreja de São Vicente de Fora, que é muito bonita, e a feira da ladra. A feira da ladra acontece sempre as quartas e sábados. A gente deu sorte de passar por lá no sábado e é incrível. Quem gosta de antiguidades não pode perder. Além disso há vários artistas expondo seu trabalho e muitas coisas originais. Não posso deixar de lembrar que você caminhará pelo bairro de Alfama, o mais antigo de Lisboa. Então aprecie a arquitetura azulejada e as vielas estreitas pois as casas ali tem muita história para contar.

Bem próximo a feira fica o Panteão Nacional. Originalmente erguido como Igreja de Santa Engrácia foi transformado em Panteão em 1966. A entrada é paga e os valores podem ser consultados nesse site. O monumento homenageia notáveis nomes da história portuguesa como Luís de Camões, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama. Também há personalidades que ali estão sepultadas como Manuel de Arriaga, primeiro presidente eleito de Portugal e Eusébio da Silva Ferreira, extraordinário jogador da seleção de futebol portuguesa. A visita vale é possível subir até a cúpula do Panteão e ter uma visão privilegiada do rio Tejo e também do bairro onde está inserido o monumento.

Panteão Nacional, igreja transformada em monumento nacional.
Panteão Nacional, igreja transformada em monumento nacional.
Panteão Nacional visto de baixo. Uma gopro as vezes dá um toque especial
Panteão Nacional visto de baixo. Uma gopro as vezes dá um toque especial

Fechando a visita a região de Alfama chegamos a Sé de Lisboa. Foi aqui que casaram-se D. Pedro e D. Constança, personagens da trágica história de amor de Pedro e Inês de Castro que você pode ler aqui. A igreja foi construída em 1150 logo após a reconquista da cidade. Ali anteriormente havia uma mesquita, herança dos mouros. Seu estilo arquitetônico predominante é o românico, onde predominam construções robustas de grossas paredes e poucas janelas, alguns séculos depois foram adicionados elementos góticos e barrocos. O interior da igreja é escuro e calmo. Não deixe de apreciar os poucos mas belos vitrais.

Depois da Sé fomos rumo a Baixa e Chiado mas isso fica pra um próximo post.

Sé de Lisboa em estilo românico, poucas janelas e paredes grossas.
Sé de Lisboa em estilo românico, poucas janelas e paredes grossas.
Um dos poucos vitrais na Sé de Lisboa
Um dos poucos vitrais na Sé de Lisboa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *