Atacama | Laguna Chaxa e Lagunas Altiplânicas – Neve no deserto
Era nosso último dia de grandes passeios pelo deserto do Atacama e já estávamos com aquela vontade de nunca mais ir embora. Começamos pela Laguna Chaxa que fica no Salar de Atacama e é reduto dos flamingos. Infelizemente chegamos depois de um grupo grande que já tinha espantado a maioria deles, mas mesmo assim consegui alguns cliques desses pássaros rosa. O chão todo é coberto de blocos de sal e foi feito um caminho por entre esses blocos de aproximadamente 500m com várias placas explicando como as lagunas se formam e com algumas informações sobre os picos e vulcões ( são 150 vulcões ativos no Chile o que equivale a 10% dos existentes no planeta). É nesse caminho também que fica um ponto de observação dos flamingos que fogem dos turistas e ficam tranquilões em uma laguna mais afastada.




Tomamos nosso café da manhã ali mesmo e seguimos para as Lagunas Altiplânicas, ponto alto do passeio. Estas lagunas se formaram na base dos vulcões Miscanti e Miñiques e suas águas são de um azul impressionante (isso que estava nublado). Ficam a 4195 metros de altitude mas como já estávamos acostumados não sofremos com o soroche. O dia estava nublado (o que é raro no deserto, não sei se temos sorte ou azar) e para nossa surpresa no meio do caminho começou a nevar. Era inacreditável!! A gente persegue a neve a dois anos (nunca tínhamos visto ela caindo) e fomos ver justo no deserto. Acho que nossos companheiros de van devem ter nos achados as pessoas mais idotas do mundo, fazendo festa por causa de uma “saraivinha” (nem de neve podíamos chamar aquilo). Nossa empolgação aumentou ainda mais quando descemos na laguna Miscanti. Que lugar lindo! Fico imaginando como deve ser com sol, pois com o tempo nublado já era espetacular. Andamos até a Miñiques que também é linda. Uma pena que as nuvens esconderam o entorno e nem os vulcões conseguimos enxergar. Mas a “neve” que estava caindo nos deixou bem felizes mesmo sem uma vista 100% do local.


Recuperados da euforia partimos para o povoado de Socaire onde visitamos uma igrejinha feita de adobe. No meio do caminho encontramos o que eles chamam de Zorro (raposa), um bichinho simpático e acostumado com turistas. Até pose pra foto ele fez. Também conhecemos o trópico de Capricórnio do Caminho Inca e não resistimos e tiramos umas fotos no meio da Carretera.




Nossa última parada antes de voltar para San Pedro foi no povoado de Toconao. O que me chamou muito a atenção aqui foi a igreja, que também é de adobe, mas tem o teto e a escada feitos de madeira de Cactus. Antes de chegar em San Pedro ainda choveu no meio do caminho. Como disse a Marion: somos a mudança climática em pessoa.

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